Para um negócio obter grande experiência de mercado, ele precisa ter saúde financeira e criar proteção patrimonial. Isso significa melhorar a liquidez da empresa, ou seja, garantir que ela tenha capacidade monetária para cobrir suas obrigações.
A liquidez é um dos principais indicadores de que uma empresa está bem e tem crédito no mercado. Portanto, o gestor financeiro deve sempre ter esse parâmetro como bússola para suas decisões.
Vamos conversar mais a respeito desse importante assunto?
Por que melhorar a liquidez da empresa?
A liquidez demonstra o grau de endividamento de uma empresa, ao comparar as dívidas existentes com sua capacidade de pagamento. Avaliando os diferentes tipos de liquidez, o gestor financeiro pode apontar estratégias para que o negócio alcance o equilíbrio necessário.
Tome como exemplo a avaliação da liquidez corrente. Ela é um indicador que se apoia sobre o ativo e passivo circulantes, certo? Se está baixa, é possível que a empresa esteja oferecendo prazos mais longos aos clientes do que aqueles que pratica com seus fornecedores. E, em algum momento, há um risco de atraso no pagamento dos compromissos.
Mas, no exemplo anterior, cabe lembrar que os estoques são computados no ativo circulante. Em tese, com uma liquidez corrente próxima a um, ao realizar todo seu estoque e as contas a receber de curto prazo, a empresa pode cobrir suas contas a pagar imediatas.
Mas, e se esse estoque não for realizado? Se a empresa tiver investido muito em estocagem, e as vendas não estejam dando vazão a ela? Nesse caso, a liquidez seca pode servir como alarme.
E assim, ao avaliar cada tipo de liquidez, o gestor pode, em conjunto com diretores, traçar um planejamento estratégico para melhorar a capacidade de pagamento do negócio e alcançar a segurança financeira.
Como conseguir melhor liquidez?
Melhorar a liquidez da empresa requer um conjunto de iniciativas, e não apenas uma ação isolada. E elas devem ser direcionadas de acordo com o indicador a melhorar. Por exemplo:
- Liquidez corrente: como foca no curto prazo, exige ações para melhorar as vendas à vista e garantir um estoque ideal para o fluxo de negócios;
- Liquidez seca: avalia apenas as vendas de curto prazo, então deve levar em conta o ciclo operacional e o financeiro da empresa;
- Liquidez imediata: considera somente as disponibilidades de caixa, por isso pode pedir uma reavaliação dos investimentos da empresa;
- Liquidez geral: por levar em conta o equilíbrio de curto, médio e longo prazo, exige estratégias para fidelização de clientes.
A seguir, elencamos 8 ações que podem (e devem) ser tomadas para melhorar a liquidez da empresa. Confira!
1. Avaliar e reduzir os custos
Uma ação geral e efetiva para melhorar a liquidez da empresa é tomar atitudes para reduzir os custos do negócio, conhecendo sua estrutura e encontrando pontos de desperdício.
Ao eliminar os custos desnecessários, o negócio aumenta sua margem de lucro e pode direcionar esses recursos para investir em:
- estoques, melhorando sua liquidez corrente;
- aplicações financeiras, aumentando a liquidez seca e a imediata.
2. Monitorar de forma eficiente as contas a receber
Ter um controle efetivo das contas a receber é um requisito fundamental para a saúde financeira do negócio. Não adianta apenas contabilizar totais, é preciso avaliar o grau de inadimplência dos clientes.
Caso esteja aumentando, cabe buscar caminhos mais seguros, como delinear uma política de crédito mais severa ou focar em meios seguros de pagamento, como por exemplo, cartão de crédito.
De toda forma, faça uma análise mensal (para períodos passados e futuros) das previsões de entrada. Assim, você pode saber se o realizável a longo prazo está aumentando ou diminuindo.
3. Incentivar pagamentos à vista pelos clientes
Quando um cliente paga à vista, a disponibilidade de caixa aumenta e, consequentemente, a liquidez de curto prazo também aumenta.
Esses recursos são essenciais para garantir capital de giro, pagar fornecedores em dia e construir uma boa base de aplicações. Assim, a empresa ganha segurança e ainda consegue incrementar seu lucro operacional com ganhos financeiros.
Em conjunto com os diretores, avalie qual a faixa de precificação mais segura para oferecer descontos à vista sem prejudicar a lucratividade do negócio.
4. Buscar estratégias de fidelização
Fidelizar é aumentar a certeza de retorno do cliente. Ao focar nesse aspecto, você abre portas para melhorar a liquidez geral da empresa, pois o cliente volta e faz novas compras periodicamente.
A estratégia a ser tomada precisa focar na satisfação do cliente e nas vendas a prazo. Um parcelamento confortável cria um vínculo que convida ao retorno.
Além disso, é fundamental manter a base de clientes atualizada, com dados sobre suas compras, preferências pessoais e datas especiais. Assim, a empresa pode sempre fortalecer essa ligação, tornando-a mais pessoal.
5. Negociar com fornecedores
O cenário mais equilibrado para uma empresa é aquele em que os seus prazos médios de recebimento são menores que os prazos médios de pagamento a fornecedores.
Por exemplo, para uma empresa que vende muito no cartão, com previsão de crédito em conta em 30 dias, o ideal é que só tenha que pagar credores depois, em prazos acima de 31 dias. Assim, o dinheiro utilizado será aquele gerado pela própria compra de insumos.
6. Fazer investimentos assertivos
Quando a empresa tratar a redução de custos, sobrarão mais recursos. Para onde direcioná-los? Essa é uma decisão importante a tomar.
Leve em conta o volume de vendas da empresa para avaliar se a quantidade de estoque é suficiente para atender às demandas de cada ciclo. Exceto se o conceito adotado pelo negócio for o just in time, que pratica estoques mínimos, suficientes para um dia de produção, é importante ter um volume razoável.
Mas, cuidado, estoque parado é sinônimo de perdas, pois está sujeito à depreciação, danos físicos e obsolescência.
Da mesma forma, é preciso avaliar se a infraestrutura precisa de investimentos para produzir mais, se não estiver atendendo a demanda.
E, ainda, para investir em aplicações financeiras, deve-se pensar da seguinte forma:
- Se há necessidade de uma reserva de giro segura e disponível, é preciso buscar investimentos de curto prazo, focando na disponibilidade;
- Se é preciso ter segurança patrimonial para o futuro e melhorar o resultado financeiro, o foco deve ser para investimentos de longo prazo, com maior rentabilidade.
Lembre-se sempre de comparar as opções disponíveis e não focar apenas nos grandes bancos. Como não necessitam atrair investidores, nem sempre o retorno do investimento é competitivo. Você pode encontrar excelentes opções em instituições menores.
7. Evitar deixar dinheiro parado
Juntando-se à prática anterior, essa é uma máxima que não pode ser esquecida: dinheiro parado não rende e, pior, ainda perde valor com a inflação. A conta corrente e os cofres particulares não são, nem de longe, um lugar para guardar dinheiro.
O mais inteligente é investir, de acordo com as estratégias e necessidades do negócio, para garantir crescimento e sustentabilidade.
8. Precificar corretamente os produtos e serviços
E se ainda, com tudo isso, você verificar que o retorno operacional é baixo e que isso é uma das causas da baixa liquidez da empresa, é hora de rever a precificação.
Uma falha nesse aspecto pode trazer enormes prejuízos para a empresa. Por um lado, se o preço estiver muito baixo, fica inviável manter as operações. Por outro, caso esteja muito alto, a empresa perde espaço para concorrência, e as entradas diminuem pelo baixo volume de vendas, o que prejudica o fluxo de caixa.
Na dúvida, cabe fazer um levantamento do preço médio praticado no mercado para chegar ao valor ideal a estipular.
Essas 8 dicas são apenas um norte para melhorar a liquidez da sua empresa. Avalie cuidadosamente os cenários para chegar à solução ideal, e aproveite para conhecer os nossos recursos financeiros. Fale conosco!